Como faço pra ligar pro SAC?

Ando obcecada por um quebra-cabeça. Demorei pra engatar, pois as peças são miudinhas e cheias de informação. Uma vez que entendi, não consegui mais parar. Não acabei ainda, e olha que tem mais de um mês, mas a montagem está em um crescimento, digamos, exponencial. 

Devido a atual obsessão, nada mais justo que este fosse o tema introdutório da sessão de hoje da análise. Cheia de pompa, comentei como a atividade ia de vento em popa. Entre assuntos e divagações, chegamos no amedrontador confronto do não pertencimento. “Fala mais sobre isso”. 

Lembra da época em que a matemática era molezinha, e aprendíamos conjuntos? Pertence, não pertence, está contido, não está contido. Estou contida no mundo. Não estou contida num emprego. Contenho ansiedade. Não contenho otimismo político. Pertenço…. Não tenho certeza a que. E acho que além dos meus bichos, nada me pertence. 

Eita, olha o momento chave ai. A solidão emocional de achar que não pertence a lugar nenhum. É uma fantasia acreditar que existe um lugar no mundo pra mim? É um conto de fadas sonhar que vou encontrar aquela bendita pecinha faltante no quebra cabeça da minha vida? 

Cresci levianamente acreditando que existe uma pecinha no mundo que vai me completar. E que mundo grande esse, enorme. Ainda sim, sinto como se nada nele me completasse. Não existe a pecinha que falta. 

Um emprego, um sonho, uma conquista, um grande amor, uma realização. Nem sei dizer o que de fato é essa pecinha. E acho que essa é a grande busca. 

A análise me fez entender que todo mundo tem um quebra cabeça que falta uma pecinha, mesmo que nem pareça (a tal grama do vizinho mais verde, sabe?). A verdade é que precisamos aprender a preencher esse vazio que o contorno nos deixa. Parece difícil né? Pra mim tem sido. E sigo, tentando preencher as pecinhas que faltam na minha vida. 

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